Num mundo corporativo em constante evolução e mudança, a formação contínua dos colaboradores é essencial e condição para o seu sucesso. Contudo, os métodos tradicionais de formação, sejam presenciais ou em e-learning, revelam-se frequentemente morosos e desajustados às exigências atuais. É aqui que o microlearning surge como uma solução inovadora complementar.
O microlearning consiste na entrega de conteúdos educativos em módulos curtos e focados, facilitando a assimilação e a retenção da informação. Esta abordagem responde à preferência de 70% dos colaboradores, que optam por aprender em pequenos segmentos em vez de sessões prolongadas por vários dias em sala, ou horas sem fim online.
Esta forma de entrega da formação, pode ser aplicada de diversas formas, aproveitando a flexibilidade e o formato compacto para oferecer aprendizagem rápida e eficaz. Alguns exemplos são vídeos curtos, de 3 a 5 minutos, para explicar um conceito ou usar uma ferramenta. Os infográficos e guias rápidos são usados pela Google para dar aos seus colaboradores dicas rápidas sobre boas práticas de produtividade e comunicação no trabalho. Outros exemplos são os flashcards, microcursos e-learning, aplicações de gamificação, notificações push e lembretes com dicas rápidas, assim como simuladores interativos.
Existem muitos benefícios com a utilização desta metodologia. A IBM constatou que, por cada dólar investido em micro e-learning, obteve um retorno de 30 dólares em produtividade. A Unilever registou um aumento de 50% na retenção de conhecimento, após a implementação de módulos de aprendizagem curtos e acessíveis, via dispositivos móveis. Por outro lado, um relatório da Gartner revela que 81% dos colaboradores sentem-se mais motivados a aprender em ambientes gamificados.
O microlearning representa uma evolução necessária nos métodos de formação nas empresas, alinhando-se com as exigências de um ambiente de trabalho dinâmico. Para os profissionais de gestão de pessoas, é imperativo considerar esta abordagem, superando os obstáculos existentes e adotando tecnologias que facilitem a aprendizagem contínua e eficaz.
No entanto, é crucial questionar se a simples adoção do microlearning é suficiente. Será que estamos a preparar os colaboradores para uma aprendizagem superficial, em detrimento de uma compreensão profunda? As empresas devem equilibrar a eficiência do microlearning com a necessidade de desenvolver competências críticas e pensamento analítico. A formação não deve ser apenas rápida, mas também significativa e transformadora.
Luís Antunes,
People Experience Consultant