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30 de Abril de 2021

Por favor, pode-me dizer qual é o caminho…? – Game Changer 12

É um facto: todos procuram o caminho mais rápido e fácil para a felicidade.

Atrevo-me a dizer que é o que nos move como humanos. Quase que de uma forma obsessiva, tudo fazemos para encontrar a “galinha dos ovos de ouro” que nos levará a esse objetivo final, seja riqueza, amor ou fama.

Achamos que só quando esse objetivo for alcançado, é que seremos felizes, é que alcançaremos a felicidade pura.

Nestas alturas, lembro-me sempre de uma conversa que tive há bastantes anos com um empresário de sucesso que tinha reunido todas as condições para disfrutar com a família, de uma excelente reforma antecipada. No entanto, ele era incapaz de parar e, como empreendedor nato, já tinha outro projeto em lançamento.

Curioso como sou, perguntei-lhe o que o movia nesse novo desafio em detrimento de estar algures numa ilha paradisíaca. A resposta foi tão simples e profunda que ainda hoje me serve de referência, de exemplo.

“O que o me faz feliz é aprender coisas novas, ter uma mente aberta e estar sempre a desafiar-me. Se ficar na minha zona de conforto, aborreço-me de morte!”

A felicidade não advém de alcançarmos um objetivo, mas sim do foco em direção a uma meta! Por outras palavras, a felicidade é função do crescimento pessoal.

Existe uma expressão para definir a nossa capacidade de crescer e mudar o que alguns assumem como características fixas ou imutáveis: Mentalidade de Crescimento / Mentalidade Construtiva.

Carol Dweck (The New Psychology of Success – 2016) amplamente conhecida pelo seu trabalho nesta área, identificou duas mentalidades: a fixa e a de crescimento. Uma mentalidade fixa é a que “acredita que as nossas qualidades nasceram connosco”, enquanto uma mentalidade construtiva é a que define a crença de que “as nossas qualidades básicas são coisas que podemos cultivar por meio dos nossos esforços”.

Sem surpresa, pessoas com código mental construtivo tendem a ser mais felizes, mais satisfeitos e mais em paz do que os outros com o código mental fixo.

Acontece que a felicidade realmente tem a ver com o caminho, e não como destino.

Mas se esta mentalidade construtiva é tão benéfica, por que razão as pessoas adotam uma mentalidade fixa?

A resposta é simples: medo!

O que mais observo no mundo empresarialé a cedência a estes medos,a estas inseguranças.

Às vezes, tudo se resume a uma falta de confiança nas habilidades pessoais; outras vezes é porque temem a dor que muitas vezes acompanha o crescimento.

E é neste momento que precisamos de uma excelente gestão emocional.

Necessariamente devemos desenvolver a capacidade de autoconhecimento e de autoconsciência, bem como a autocompaixão, por nos permitir lidar com as nossas falhas e desafios e utilizá-las como oportunidades de crescimento.

Na prática, as pessoas de mentalidade fixa reagem aos contratempos ou culpando os outros ou caindo no desespero. A reação deles desencoraja ou rejeita completamente a ideia de crescimento pessoal e, portanto, leva à negatividade, raiva e tristeza.

Por oposição, os indivíduos com um código mental construtivo possuem a autoconsciência necessária para aprender com os contratempos. Não se trata de aceitar a derrota duma forma fácil, mas ter a capacidade de identificar, aceitar e ultrapassar as deficiências.

Pessoas sem autoconsciência têm uma tendência natural de superestimar seus valores e habilidades, o que leva à complacência, na melhor das hipóteses, e à irrelevância, na pior. Em todos os cenários, isso leva à infelicidade geral, insatisfação e turbulência interna.

Os indivíduos autoconscientes, porém, conseguem equilibrar o realismo de suas deficiências com seu otimismo e desejo de crescer, fruto de uma boa inteligência emocional.

É essa linha ténue que distingue o feliz do infeliz.

É no progresso incremental, construtivo e emocional, onde encontramos a verdadeira felicidade e satisfação.

Luís Cordeiro
Corporate Coach | Human Skills Trainer & Speaker

Descarregue aqui a 12ª Edição da Revista Game Changer

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