Para as organizações sobreviverem e prosperarem no competitivo mundo dos negócios da atualidade, a igualdade, a diversidade e a inclusão são motores de atração de potenciais parceiros, clientes, colaboradores e consumidores. Fortalecem a satisfação no trabalho e a cultura organizacional, atraem talentos, são indicações de que a empresa é ética e, acima de tudo, fomentam a inovação que, quando executada de forma eficaz, conduz ao cenário ideal de crescimento e longevidade empresarial.
Abraçar a igualdade, a diversidade e a inclusão é compreender que o talento pode manifestar-se em todos os tipos de colaboradores e potenciais candidatos, sendo determinante para todas as empresas que desejam inspirar a inovação. Ao ter uma variedade de perspetivas diversas sobre o que o futuro pode reservar para a organização e permitir que as melhores ideias colidam, é uma das formas mais diretas de cultivar a inovação.
Sem DIVERSIDADE, o leque de ideias é limitado.
Sem IGUALDADE, nem todas as ideias são consideradas da mesma forma.
Sem INCLUSÃO, os pontos de vista são restritos.
A inovação requer sair da zona de conforto e entrar no desconhecido. Dentro das organizações, será necessário uma combinação de colaboração, criatividade e vulnerabilidade, juntamente com uma alta tolerância à incerteza. A inovação é mais bem-sucedida quando os líderes criam uma cultura inclusiva que envolve todas as vozes, permite a tomada de riscos e recompensa a aprendizagem com os erros.
Para desencadear a inovação, são necessárias perspectivas diversas e uma cultura inclusiva que permita que as ideias floresçam. Equipas inclusivas destacam o melhor de cada indivíduo e conduzem a uma cultura que nutre ideias e comunicação robustas, que transforma ideias do conceito à concretização e que cultivam espaços para o fomento da diversidade cognitiva e da criatividade.
E é, por isso, que a Liderança Inclusiva é essencial para a inovação: reconhece a importância de uma força de trabalho diversificada, colaborativa e empática para o sucesso global do negócio.
É um Líder Inclusivo? Ora, vejamos.
Líderes inclusivos fazem mais do que uma declaração sobre a importância da igualdade, diversidade e inclusão. Identificam e combatem processos, políticas e estruturas históricas da organização que impedem a igualdade de oportunidades, sendo intencionais no alinhamento das suas palavras, decisões e ações com os valores de inclusividade.
Líderes inclusivos compreendem a importância da humildade. Não importa o quanto tenha trabalhado ou o que tenha conquistado, ainda há muito que não sabe e ainda mais a aprender. Admitem erros, pedem ajuda e compreendem os seus pontos fortes e fracos.
Líderes inclusivos estão conscientes dos seus vieses, dos vieses estruturais da organização, da indústria e da sociedade, e enfrenta-os à medida que afetam pensamentos, suposições, decisões e ações. Vieses não abordados criam efeitos adversos, incluindo aqueles que são invisíveis, como elementos de equipa que não se manifestam por receio de se ver ignorado, desconsiderado ou ridicularizado.
Líderes inclusivos estimulam a colaboração e o pensamento diversificado. Uma equipa diversificada é composta por pessoas com padrões de conhecimento e processos de pensamento diferentes. Sabem que entender o pensamento diversificado requer dados e insights objetivos, e não suposições, palpites ou vieses.
Líderes inclusivos fomentam o pensamento divergente. É fácil dizer que não existem más ideias. Contudo, os colaboradores conseguem perceber rapidamente se a sua contribuição foi ignorada, conduzindo à sua desmotivação. É, pois, fundamental que se forneça contexto para as tomadas de decisão, mesmo quando uma ideia não se reflita em implementação.
Líderes inclusivos abraçam a diversidade cognitiva, através de assessments, ferramentas e frameworks variados para entender como as suas equipas abordam o trabalho e como podem combinar as suas perspetivas, enquanto ainda são vistos e escutados.
Líderes inclusivos minimizam conflitos improdutivos, incentivam a exploração produtiva e construtiva de diferentes perspetivas e garantem que todas as contribuições são consideradas, respeitadas e ouvidas.
Líderes inclusivos reconhecem que as reações intuitivas das pessoas podem ser barreiras inadvertidas para a mudança. Além disso, nem todos têm a mesma definição de “mudança” e é indispensável que se reconheça e respeite essas diferenças, abordando proativamente perguntas e preocupações-chave, e fornecendo contexto. Colaboradores que entendam por que a mudança ocorre, são menos propensos à resistência.
A Liderança Inclusiva ocorre, assim, quando os líderes entendem com sucesso o que torna cada elemento da organização único e os apoiam para serem as melhores versões de si mesmos. Criam ambientes seguros que fomentam a colaboração, eliminam estereótipos, suposições, preconceitos e discriminação, e promovem o pensamento diversificado onde os colaboradores, como indivíduos com experiências, pensamentos e pontos de vista diferenciados, se sentem respeitados, escutados e valorizados.
Construir o tipo de relacionamento genuíno e de confiança que sustenta a liderança inclusiva leva tempo e dedicação. No entanto, vale o esforço e todos podemos contribuir para criar um futuro laboral onde a liderança inclusiva seja a norma, as pessoas sejam celebradas pela sua variedade de pensamento e contribuições, e a inovação seja uma constante contínua.
Gabriel Augusto
Diretor-geral, FLAG
Descarregue aqui a 20ª Edição da Revista Game Changer