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30 de Setembro de 2022

Uma nova realidade requer novas estratégias de recrutamento – Game Changer 16

O recrutamento é uma componente essencial das funções dos Recursos Humanos, que tem vindo a evoluir ao longo do tempo e que atualmente apresenta acrescidos desafios. Para fazer frente a esses desafios, é possível identificar algumas tendências e ações que podem e devem ser aplicadas nas estratégias e processos de recrutamento das organizações.

Vários fatores, como o avanço inexorável da Transformação Digital e, mais recentemente, a pandemia, levaram a que se verifique uma escassez de mão de obra qualificada. Este skill gap – a distância entre aquilo que são as competências que as organizações precisam nos trabalhadores a recrutar e as competências que os candidatos realmente têm – tem crescido praticamente ao mesmo ritmo da evolução tecnológica e digital. Por outro lado, com o advento do teletrabalho, impulsionado pela pandemia, as distâncias estreitaram-se e é hoje possível a um profissional candidatar-se a uma posição com melhores condições em qualquer parte do mundo, sem sair de casa. De repente, as organizações estão não só a competir, nas contratações, com o tecido empresarial local, mas a nível mundial. E a competição é renhida… Finalmente, com a força de trabalho atual a envelhecer é necessário planear e assegurar a sua gradual substituição. Estamos num período de transição, em que a geração de millennials está a começar a entrar em força no mercado de trabalho e trata-se de uma geração com uma perspetiva bastante diferente das anteriores no que toca a desejos e objetivos, mas também na forma como se relaciona com o trabalho e o empregador.

Por esse motivo, as estratégias de recrutamento das organizações devem passar de reativas a proativas, e contemplar a gradual renovação das equipas, sem esquecer necessidades que certamente irão surgir à medida que nascem novas posições e funções. Este planeamento deve ser feito para que se consiga assegurar o preenchimento das vagas que forem surgindo no futuro, sabendo que existe uma elevada concorrência na busca de talentos qualificados.

Será, para isso, essencial apostar no desenvolvimento de um banco de talento, com potenciais futuros colaboradores.

É habitual, em processos de recrutamento, alguns profissionais não quererem ou não estarem ainda prontos para mudar de emprego. Igualmente, existem, por vezes, candidatos válidos e talentosos, mas é a organização que não está, nesse momento, em processo de recrutamento. Mas isso não significa que não venham a estar no futuro; estes desencontros podem ser apenas transitórios. Ao criar um banco de talento, os profissionais de RH têm a possibilidade de acompanhar estes profissionais e, no momento certo, abordá-los. O banco de talento pode ser potenciado se os Recursos Humanos tirarem partido da rede de contactos dos trabalhadores da empresa – muitos conhecerão certamente pessoas com talento alinhado com as necessidades e objetivos da organização.

As estratégias de recrutamento devem ainda procurar ir ao encontro das necessidades e hábitos da nova geração de trabalhadores. Questões como teletrabalho, work-life balance, horários flexíveis, ambientes de trabalho inclusivos e diversos são ainda mais importantes para as próximas gerações de trabalhadores – muitas vezes mais importantes ainda do que o possível vencimento. Importa aqui realçar a importância do Employer Branding e da Cultura Organizacional na atração de talento, dado que trabalhadores millennials estarão particularmente atentos.

Olhando para o processo de recrutamento, há algumas ações para melhorar a eficácia num mercado cada vez mais competitivo e ao mesmo tempo melhorar a experiência do candidato ao longo do processo. Importa analisar as diversas fases do processo (comunicação de vaga, entrevistas, seleção,…) e o tempo que cada uma demora e tentar reestruturar e agilizar os mesmos, sendo a comunicação, em todas as fases do processo, fundamental. A utilização de métricas de recrutamento e a recolha de feedback dos candidatos será fundamental na sua melhoria.

Num contexto que promete inúmeros desafios para as organizações, cabe a elas olhar para as suas estratégias de recrutamento e atração de talento. O seu crescimento e a sua sustentabilidade irão também depender disso.

 

Pedro Tavares
Responsável de Marketing, GALILEU

 

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